sábado, 14 de dezembro de 2013

Será que as pessoas acreditam mesmo na teoria da evolução?

Por John D. Morris, Ph.D.
Por mais estranho que pareça, a resposta a esta pergunta é surpreendentemente complexa. A maior parte dos estudantes “acredita” na teoria da evolução porque essa é a única versão a que eles foram expostos. A maior parte dos adultos também “acredita” na teoria da evolução porque, afinal, como é que todos aqueles cientistas se enganariam?
Mas quando se fazem sondagens cuidadosas onde as pessoas têm que pensar de modocuidadoso, a maioria das pessoas alega sempre acreditar em alguma forma de criação – e não evolução. Parece que muitas pessoas identificam-se com a teoria da evolução mas não acreditam nela.
Permitam-me que disponibilize os resultados da minha sondagem não-oficial.
As minhas actividades relativas ao ICR [Institute of Creation Research] causam a que eu passe um bom tempo dentro de aviões, e sempre que posso, tento testemunhar as pessoas que se encontram sentadas ao meu lado. A conversa inicial irrelevante invariavelmente leva-nos para o tipo de actividades a que eu estou habituado, e eu uso o interesse inato das pessoas em torno da questão criação/evolução para falar de assuntos espirituais.
Uma das minhas “armadilhas” favoritas é dizer que eu trabalho numa instituição científica dedicada a pesquisas em torno do tópico das nossas origens. Mas, eu prossigo, para além de cientistas, nós somos também Cristãos que sentem que as evidências científicas suportam a criação e não a evolução. Frequentemente, ocorre um endurecimento inicial à medida que a pessoa reage ao falar com um desses “criacionistas ignorantes” até que eu diga, “Como criacionistas, nós temos a certeza que você não veio dum peixe.”
Eis o resultado da minha sondagem: Nunca mas nunca alguém respondeu, “Não, eu realmente acredito na teoria da evolução e insisto que eu vim dum peixe.” Todas as pessoas disseram algo como “Sabe, eu nunca cheguei a acreditar nisso de verdade.” Obviamente que a porta está totalmente aberta para mais discussão.
Como se sabe, só existem duas alternativas. Ou nós descendemos de peixes ou não nescendemos. O evolucionismo ortodoxo defende que esta transformação foi o efeito de processos puramente naturais, tais como a selecção natural, sem qualquer interferência sobrenatural. O evolucionismo teísta afirma que Deus ou guiou o processo ou deu início ao mesmo, deixando depois que as forças naturais fizessem o resto. De qualquer das formas, não há qualquer tipo de evidência que isso tenha ocorrido.
Nas escolas, principalmente nos níveis mais elevados, a evolução é insistida de forma assertiva, e muitos cursos encontram-se fechados para aqueles que não “acreditam”. Devido a isso, muitos alegam que “acreditam”. É bem provável que se tenha que passar muitos anos na faculdade até se acreditar que se veio dum peixe.
No contexto deste artigo, podemos ver que embora muitas pessoas “acreditam” na evolução, eles não acreditam de verdade na evolução. Todas as pessoas sabem que peixes não se transformam em seres humanos, mesmo que se passem milhares e milhões de anos. As historias evolutivas podem soar bem superficialmente, mas se dermos um passo atrás e olharmos para o edifício inteiro, rapidamente diremos “Eu não acredito nisto.”
Mas se nós não viémos dum peixe, então fomos criados pelo Criador Sobrenatural. A oportunidade de evangelismo centra-se então em Quem é o Criador.
Na literatura evolutiva aparecem com relativa frequência artigos a lamentar o facto das ideias criacionistas pura e simplesmente não morrerem. Há já muitas décadas que os evolucionistas têm tido um domínio total no sistema de ensino mas mesmo assim, as pessoas recusam-se a acreditar na teoria da evolução. “O que é que estamos a fazer de errado?” perguntam eles. Acho que é o facto de tentarem convencer as pessoas de algo que é totalmente ridicul, ofensivo e claramente errado. A maior parte das pessoas não é suficientemente crédula para acreditar que vieram num peixe.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Os abismos científicos da “inevitável” evolução



Por Jeff Miller, Ph.D

Na sua desesperada tentativa de superar os gigantescos abismos que existem na sua teoria da evolução e na teoria do big bang, é frequente os macro-evolucionistas apontarem o proverbial dedo para as leis da probabilidade como~via de confirmação das suas crenças. No entanto, as lacunas que existem – tais como a origem da matéria … a origem da vida … e a macro-evolução – são imensas e elas não podem ser preenchidas sem a violação de leis científicas fundamentais.
Apesar deste dilema, há já muito tempo que um elevado número de evolucionistas cita os princípios da probabilidade (como forma de suportar os seus dogmas) afirmando que, desde que os eventos requeridos não tenham a probabilidade zero, eles são inevitáveis (cf. Erwin, 2000). Já em 1954 George Wald, escrevendo para a Scientific American e falando da origem da vida na Terra, disse:
Por mais improvável que nós consideremos este evento, ou qualquer dos passos envolvidos, dado tempo suficiente, quase de certeza que acontecerá pelo menos uma vez. E para a vida tal como a conhecemos, uma vez pode ser o suficiente. O tempo é o herói do enredo…. Com tanto tempo disponível, o impossível torna-se possível, o possível torna-se provável, e o provável torna-se uma certeza virtual. Nós só temos que esperar uma vez que o tempo operará os milagres.
(Wald, George (1954), “The Origin of Life,” Scientific American, 191:45-53, Agosto.).
Existem pelo menos dois problemas com esta declaração.
Primeiro, muitos dos eventos que são necessários para que a teoria da evolução e para que o big bang ocorram têm uma probabilidade de zero. Portanto, a questão não é uma de improbabilidade mas sim de impossibilidade. Não há qualquer tipo de evidência científica que suporte a tese de que, por exemplo, a matéria poderia gerar-se espontaneamente ou que a vida poderia surgir daquilo que não tem vida (isto é, abiogénese).
De facto, a verdade encontra-se exactamente no lado oposto.
Já desde o século 19 que os resultados experimentais do renomeado cientista [criacionista] Louis Pasteur mataram para sempre a possibilidade duma geração espontânea, e a Lei da Biogénese colocou os pregos no caixão. Esta verdade [científica] cria uma barreira impenetrável para os evolucionistas – um abismo escancarado que tem que ser superado para que a teoria da evolução seja plausível.
Portanto, segundo as evidências científicas, há uma probabilidade de zero para que a abiogénese ocorra. As leis da probabilidade, especificamente o primeiro axioma de Kolmogorov, dizem que quando a probabilidade dum evento é zero, esse mesmo evento é identificado como “evento impossível” (Gubner, 2006, p. 22). Uma vez que vários eventos que são necessários para que a teoria da evolução e o big bang sejam verdadeiros têm uma probabilidade de zero, segundo as leis da probabilidade, estas teorias ateístas são impossíveis.
O segundo problema com esta alegação é o facto de nós não termos tido “tempo suficiente” para que a macro-evolução ocorra . . . Há alguns anos atrás no seu artigo “A Terra Jovem”, Henry Morris listou 76 técnicas de datação, todas elas baseadas em pressupostos evolutivos convencionais, que indicaram uma Terra relativamente jovem (Morris, 1974). No seu livro “Thousands…Not Billions” (2005) Donald DeYoung documentou de modo extensivo evidências convincentes em favor duma Terra jovem. Naturalmente que este tipo de informação não é amplamente reportada devido às suas implicações.
Se os evolucionistas ateus estivessem sinceramente interessados na verdade – isto é, se estivessem interessados em dar espaço de antena a todas as opções – eles prestariam atenção ao clamor silencioso mas obstinado das evidências:
“A macroevolução é impossível” Deus existe!”

Fonte original: http://ow.ly/q8RLl
Fonte do texto traduzido: http://darwinismo.wordpress.com/
Acesso em 31/10/2013

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Para além do Cristianismo marginalizado: o perigo da verdade em dois pavimentos

Uma vez compreendida como uma visão de mundo abrangente, a cosmovisão cristã deve nortear todas as áreas da nossa vida, tanto as atividades eminentemente espirituais, como devoção pessoal, oração e ensino bíblico, quanto as atividades realizadas no ambiente público, relacionadas à sociedade, trabalho, política e educação, por exemplo; pois a cosmovisão bíblica é o meio de experimentar e interpretar toda a realidade, e não somente uma parte dela.
Mas, para que possamos desenvolver um cristianismo público, e não somente particular e marginalizado, é necessário desfazer o pensamento dualista que separa e verdade (e a vida) em dois pavimentos.
A verdade em dois pavimentos
Em seus livros A morte da razão e O Deus que intervém Francis Schaeffer mostra o processo histórico pelo qual a cosmovisão teísta foi substituída por uma cosmovisão existencialista, e como a verdade objetiva foi suplantada pelo relativismo. Schaeffer denominou esse processo de a Linha do Desespero, assim representado:
______________________________________ Linha do Desespero
Filosofia
               Arte
                        Música
                                     Cultura Geral
                                                              Teologia
De acordo com Schaeffer, cada um dos degraus representa certo período. O mais alto representa o mais antigo, o mais baixo, o mais recente. Foi nessa ordem que a mudança na concepção da verdade afetou a vida dos homens, expandindo-se gradualmente. Ele explica que acima da linha as pessoas eram racionalistas otimistas e acreditavam que poderiam traçar um sistema capaz de abranger todos os pensamentos da vida e a própria vida, sem ter de partir da lógica da antítese, e que o homem era capaz de encontrar uma unidade na diversidade total.
Contudo, depois de longos anos na busca desta unidade os homens se deram conta que não poderiam encontram um campo unificado do conhecimento racional e, com isso, deixando de lado a metodologia clássica da contradição, resolveram alterar o conceito de verdade. Foi nesse momento que o homem passou para baixo da Linha do Desespero.
Depois, Schaeffer vai demonstrar que essa linha do desespero, começando pela filosofia, foi traçada basicamente a partir da ideia de separação da verdade em dois pavimentos, superior e inferior, provocando o afastamento entre fé e razão:
PAVIMENTO DE CIMA
FÉ (O NÃO RACIONAL E NÃO LÓGICO)
_____________________________________________________________
PAVIMENTO DE BAIXO
RAZÃO (RACIONAL E LÓGICO)
Esse pensamento dualista influenciou todos os demais pontos da linha do desespero (arte, música, cultura em geral) até chegar na Teologia que, igualmente, manteve a ideia da separação entre o “andar de cima” do “andar de baixo”, gerando a seguinte condição:
FÉ = SEM RACIONALIDADE; OU SEJA, SEM CONTATO COM
O COSMOS (CIÊNCIA) OU A HISTÓRIA
_____________________________________________________________
TODA A RACIONALIDADE – INCLUINDO AS EVIDÊNCIAS
 CIENTÍFICAS E HISTÓRICAS
Seguindo o mesmo esquema, Nancy Pearcey assegura que, a partir da dicotomia identificada por Schaeffer, as sociedades modernas estão nitidamente divididas da seguinte forma:
ESFERA PARTICULAR
Preferências pessoais
_____________________________________________________________
ESFERA PUBLICA
Conhecimento científico
Ao ser alocada no pavimento superior, a religião não é considerada uma verdade objetiva à qual devemos nos submeter, mas trata-se de mera questão de gosto pessoal, de uma preferência particular. Nessa perspectiva, a religião é um “salto de fé no escuro”, sem fundamento consistente e verificável.
 Por isso, explica Nancy, a dicotomia chega a ser denominada divisão fato-valor:
VALORES
Escolha Individual
_____________________________________________________________
FATOS
Ligados a Todos
Nessa visão dicotômica, portanto, o mundo da religião deve se preocupar somente com coisas espirituais, tais como salvação e santidade, e pouco se importar com questões intelectuais, afinal, isso é assunto da esfera da razão. Nisso, a vida cristã se torna fraturada e restrita. Sem capacidade para discutir os problemas sociais e muitos menos influenciar a cultura.
A partir desse cenário, Nancy Pearcey reivindica a necessidade de resgatarmos o Cristianismo do seu cativeiro cultural, argumentando que ele não é apenas uma verdade religiosa, mas a verdade sobre toda a realidade. É a verdade absoluta de Deus que se insere em todos os aspectos da vida humana, inclusive intelectual[1].
O primeiro passo para formarmos uma cosmovisão cristã, escreve Nancy, é superar esta divisão severa entre “coração” e “cérebro”. “Temos de rejeitar a divisão de vida em uma esfera sagrada, limitado a coisas como adoração e moralidade pessoal, em oposição a uma esfera secular que inclui ciência, política, economia e o restante do cenário público”, afinal, essa dicotomia em nossa mente é a maior barreira para libertar o poder do evangelho (Rm. 1.16) para toda a cultura de hoje, diz ela.
E mais: “Para recuperar um lugar à mesa do debate público, os cristãos têm de encontrar um meio de vencer a dicotomia entre o público e o particular, o fato e o valor, o secular e o sagrado. Precisamos libertar o evangelho o seu cativeiro cultural e restabelecê-lo ao status de verdade pública (…) Somente com a recuperação da visão holística da verdade total é que conseguiremos libertar o evangelho para se tornar a força redentora em todas as áreas da vida”[2].
A perda da mente cristã
Infelizmente, muitos cristãos ao aceitarem a dicotomia público/privado, fato/valor, acabam restringindo a expressão da fé somente ao âmbito particular, simplesmente como uma atividade devocional e “espiritual”, sem a capacidade de dialogar e influenciar a sociedade contemporânea.
Por essa razão é que Harry Blamires, discípulo de C. S. Lewis, diz não existir mais uma mente cristã. Ele escreve que o cristão moderno sucumbiu à secularização e aceita a religião – a moralidade dela, seu culto, sua cultura espiritual; “mas ele rejeita a visão religiosa da vida, a visão que coloca todas as coisas aqui em baixo dentro do contexto do eterno, a visão que relaciona todos os problemas humanos – sociais, políticos e culturais, aos alicerces doutrinários da fé cristã, à visão que vê todas as coisas aqui em baixo em termos de supremacia de Deus e de transitoriedade da terra, em termos de céu e inferno”[3].
Blamires sustenta que a secularização mental dos cristãos foi ocasionada pela acomodação. Paramos de pensar de forma cristã. Retiramos a consciência cristã da vida pública, comercial e social e, quando entramos nessas esferas somos forçados a aceitar para fins de discussão, a estrutura secular ali estabelecida. E mais:
“Oramos e cultuamos de forma cristã. Depois, esvaziamos nosso cérebro do vocabulário cristão, dos conceitos cristãos para garantir que nos comunicamos plenamente e voltamos a falar sobre política como o político, sobre bem-estar social como o assistente social, sobre relação no trabalho como o sindicalista. Assim, andamos mentalmente no secularismo. Treinamo-nos, até disciplinamo-nos para pensar de forma secular sobre algumas coisas seculares e – ironia das ironias – até conseguirmos nos persuadir de que não há nada mais cristão que ceder nessa matéria e aceitar o meio ambiente mental da outra pessoa”.
A crítica de Blamires ganha mais relevância no momento histórico em que estamos vivendo. Além da acomodação de uma grande parcela de cristãos, o discurso de privatização da fé por parte dos liberais e antiteístas tenta manter a todo custo a influência dos cristãos restrita ao âmbito da igreja. Com isso, os cristãos vão perdendo a legitimidade para falar sobre assuntos sociais, políticos e culturais. O resultando é a criação de uma subcultura cristã, segregada e distante do debate social.
Em grande parte essa tentativa de privatização da fé dos cristãos deve-se a uma visão distorcida do que seja a secularização e Estado laico. Inicialmente, esses conceitos foram empregados para representar a separação entre Estado e Igreja, de modo a evitar o domínio da religião sobre o governo civil. Por isso, como explica Dinesh D´Souza[4], o secularismo é também uma invenção do Cristianismo, a partir  do princípio bíblico de dar a César o que é de Cesar, e a Deus o que é de Deus (Mt 22.21).
Secularização vem de saeculum, que, no latim clássico, significava “século” (período de cem anos) e também “idade”, “época”. No latim eclesiástico, adquiriu o significado de “o mundo”, “a vida do mundo” e “o espírito do mundo”, sendo por esta via que se chegou ao sentido da palavra “secularização”. Como lembra Anselmo Borges, “o termo, utilizado já no século XVII, para referir o abandono do sacerdócio ou da vida religiosa – ainda hoje se diz que o padre tal se secularizou -, figura, no Tratado de Vestefália (1648), com o sentido jurídico de apropriação pelo “mundo” de bens pertencentes à Igreja”[5].
No entanto, S. Michael Craven escreve o seguinte:
“(…) no século XVII surgiu um laicismo muito mais pernicioso que enfatizava a completa exclusão da religião de todos os aspectos da vida pública. Quanto às causas desta mudança, a Igreja não precisa de olhar senão para si mesma. Após a Reforma Protestante do século XVI, e mais tarde Contra-Reforma Católica, a Europa foi lançada em convulsão política, militar e econômica à medida que as nações se envolviam em guerras em torno da religião por causa de disputas doutrinárias e teológicas. A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) era simultaneamente um conflito religioso internacional e uma guerra civil alemã, envolvendo nações e regiões luteranas, reformadas e católicas. Em resposta direta às divergências teológicas, foram levadas a cabo estas guerras pela convergência profana entre Igreja e Estado. Em 1700, os europeus fartaram-se. A carnificina resultante, a desintegração social e as dificuldades econômicas abririam aos europeus uma “era da razão” sobre e contra o seu passado religioso. Como Alister McGrath, teólogo cristão e acadêmico de Oxford aponta, “Estava criado o fundamento para a insistência do Iluminismo de que a religião era para ser uma questão de crença pessoal”.
Na Europa, a divisão entre o sagrado e o secular surgiria com a intenção de se excluir o sagrado de qualquer contribuição significativa para a vida pública e política. A razão humana seria divorciada da fé e elevada acima de Deus como a qualidade divina entre os homens. Os homens, sem dependerem de Deus, iriam tentar governar-se a si mesmos por meio da razão, da ciência e tecnologia – as ferramentas da modernidade. A fé, acreditavam eles, tinha falhado e desapontado aos homens e ao mundo em que eles viviam. Assim, Deus, a fé e o sobrenatural (no sentido cristão ortodoxo) seriam relegados ao passado – artigos de antiguidade, representantes do mundo antecedente à idade da razão”[6].
Portanto, secularismo e laicismo são compreendidos atualmente como sinônimo de hostilidade à presença da religião no espaço público. Francis Schaeffer[7] diz o seguinte:
“Quando os cristãos falam declaradamente sobre quaisquer assuntos, o tom e o protesto da parte do Estado e da mídia humanista é que os cristãos e todas as religiões estão proibidos de falar, já que há uma separação entre a igreja e o Estado. A maneira pela qual esse conceito é usado hoje em dia é completamente oposto ao propósito original. Não está enraizada na História. A consequência da aceitação da doutrina atual é a remoção da religião como influência no governo civil. John W. Whitehead ilustra bem este fato no seu livro The Second American Revolution. Ela é usada hoje como falso ditame político para restringir a influência de ideias cristãs. Como diz Franky Schaeffer V, em Plan for Action:
‘Tem sido conveniente ao humanista, ao materialista, ao chamado liberal, ao feminista, ao engenheiro genético, ao burocrata, ao juiz da Suprema Corte usar essa divisão arbitrária entre a igreja e o Estado como um desculpa pronta. Ela é empregada como ponto de partida facilmente identificável para subjugar as opiniões daquele vasto grupo de cidadãos que representa os que têm convicções  religiosas’.”
A tentativa de afastamento dos cristãos no debate público é tirana e ditatorial, na medida em que não aceita a presença de vozes discordantes dentro do debate social.
Harvard, Michael Sandel, em entrevista à revista Época de 16 de julho de 201, quando questionado sobre a participação dos religiosos na política. Ele respondeu: “ (…) a política diz respeito às grandes questões e aos valores fundamentais. Então, a política precisa estar aberta às convicções morais dos cidadãos, não importa a origem. Alguns cidadãos extraem convicções morais de sua fé, enquanto outros são inspirados por fontes não religiosas. Não acho que devamos discriminar as origens das convicções ou excluir uma delas. O que importa é o debate ser conduzido com respeito mútuo”.

por Valmir Nascimento


[1] PEARCEY, Nancy : Verdade Absoluta – Rio de Janeiro: CPAD, 2006; p. 22.
[2] PEARCEY, Nancy; p. 25.
[3] BLAMIRES, Harry. A mente cristã: como um cristão deve pensar. [tradução: Hope Gordon Silva]. São Paulo: Shedd Publicações, 2006.
[4] D´SOUZA, Dinesh; p. 65.
[5] BORGES, Anselmo. Secularização e secularismo. Disponível em:http://www.dn.pt/inicio/interior.aspx?content_id=641506&page=1. Acesso em 13 de abril de 2013.
[6] CRAVEN, S. Michael. Secularismo e indiferença teológica: uma causa comum. Disponível em: http://portugues.christianpost.com/news/secularismo-e-indiferenca-teologica-uma-causa-comum-1302/. Acesso em 13 de abril de 2013.
[7] Francis Schaeffer, A Igreja do século XXI (Um manifesto cristão, p. 176).

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Algumas razões fundamentais demonstrando a falência epistêmica do Darwinismo


1. A incapacidade de explicar a Explosão Cambriana desde Darwin (1859). 

2. A extrapolação da seleção natural muito além da evidência. 

3. A contínua exaltação de Darwin e seu livro Origem das espécies. 

4. O esquema que evita críticas a Darwin nas publicações científicas e salas de aulas. 

5. As afirmações banais de que “evoluiu” sem nenhum rigor científico. 

6. A recusa em ouvir ou publicar críticas científicas contra o Darwinismo. 

7. A utilização da homologia como evidência e explicação de adaptação. 

8. A invenção de termos como “seleção familiar”e “evo-devo”. 
9. A atribuição da origem de toda a biosfera a causas não dirigidas. 

10. A afirmação de que o consenso acadêmico aceita a evolução em todos os significados da palavra. 

11. A aplicação irresponsável da seleção natural para tudo, inclusive o universo. 

12. A afirmação costumeira de que “é necessário mais pesquisas”. 

13. A apropriação indevida da genética, da ciência da computação, e do desenvolvimento embrionário para apoiar o Darwinismo. 

14. O esquema para evitar que a teoria do Design Inteligente seja ouvida e discutida. 

Os darwinistas deveriam se sujeitar ao escrutínio público de suas grandiosas afirmações do fato, Fato, FATO da evolução. Afinal de contas, Darwin disse que sua teoria poderia ter outras interpretações, mas que somente um exame dos fatos é que poderia estabelecer a verdade de um lado ou de outro. 

Ao debate Senhores!!! Pro bono Scientia!!! 

30/6/2013

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Os "céticos", Jesus Cristo e a Bíblia Sagrada

Virou moda. Ultimamente, em todo final e início de ano, são publicados artigos procurando contradizer a historicidade da pessoa de Jesus Cristo ou a inerrância e inspiração divina das Sagradas Escrituras (a Bíblia Sagrada). Não passam de inúteis tentativas de negação, na medida em que os argumentos neles utilizados sempre são os que há muito tempo foram sepultados com pá de cal. Creio que, com essas publicações, intenta-se contrapontear a influência cultural da celebração do Nascimento de Jesus Cristo (o Natal), visando a rebaixar essa festividade ao nível folclórico.
Os autores desses artigos costumam pousar como céticos ou, então, devotos da razão. Gostam de esnobar que somente creem naquilo que pode ser demonstrado empiricamente. Pena que não aplicam isto a tudo, apenas àquilo que lhes convém, sob o manto de uma visão de mundo própria, geralmente materialista.

Prova disso é que não são publicados artigos questionando a historicidade dos filósofos gregos Sócrates, Aristóteles e Platão. É sabido que a quantidade de documentos antigos que fazem menção a esses filósofos é muito inferior - mais muito inferior mesmo – em relação aos que tratam da pessoa e dos ensinamentos de Jesus Cristo. No entanto, estranhamente, ninguém ousa duvidar da realidade histórica desses filósofos.

Pois é, se não há motivos para crer na realidade histórica da pessoa de Jesus Cristo, por que haveria de se aceitar que existiram os filósofos gregos, uma vez que os antigos documentos escritos a respeito do Filho de Deus, de sua doutrina e de seus discípulos são em um número muito superior aos que fazem menção aos pensadores da Grécia Antiga? Convém acusar que, sobre o Senhor Jesus e seus discípulos, existem menções em documentos oficiais do Império Romano, isto é, documentos que não foram produzidos por cristãos. Ou seja, a existência histórica de Jesus Cristo é fato incontestável!

O que pretendo deixar claro aqui é que as pessoas que duvidam da historicidade de Jesus Cristo e, inclusive, dos fatos narrados nas Escrituras Sagradas, e bem assim da inerrância e da inspiração divina destas, são pessoas que simplesmente decidiram crer em outras coisas, embora não possam demonstrá-las empiricamente. Quer uma demonstração mais acurada disso? Então leia o ensaio de Luciano Ayan intitulado 'Os fazedores e os checadores ou a origem da rotina “cético universal”, acerca do qual peço vênia para republicá-lo abaixo (texto em vermelho). Creio que depois da leitura desse artigo, você há de concordar comigo que: os que se dizem serem céticos, não o são de fato; muito pelo contrário, são tão crentes quanto os mais estúpidos supersticiosos.

 'Os fazedores e os checadores ou a origem da rotina “cético universal”

Luciano Ayan 

Imagine uma hipotética sociedade bizarra, algo como uma tribo perdida, no estilo dos smurfs, só que habitada por pessoas.
Certo dia, um ancião da tribo resolve atribuir dois rótulos às pessoas. São eles: fazedores ou checadores. Isso significa que alguém só poderia ser chamado de fazedor ou então de checador, sem meio termo.
Logo, se alguém produz ferramentas, este é um fazedor, e portanto é isso que ele deve fazer. Se alguém tem uma plantação, este é também um fazedor. Não deve ser difícil notar que quase não existem checadores, pois quase todo mundo tem que ser reconhecido por fazer algo.
Entretanto, cinco pessoas são eleitas como checadores. A ele cabe criticar o que todo e qualquer fazedor realiza, independente do que for. Já aos fazedores, só cabe a ação pura e simplesmente, sem julgamento sobre o que qualquer outro fizer.
Não demora para que esses cinco checadores adquiram extremo poder sobre todos os demais, já que se eles só checam, e não fazem, estão portanto isentos de serem julgados, mas ao mesmo tempo tem o poder de julgarem todos. Como são checadores, logo os cinco fazem uma aliança para manter o poder absoluto. Já os fazedores não tem o poder de questionar a autoridade dos checadores, pois eles só “fazem”…
Certo dia, um carpinteiro, que costumava ser líder de grupos, resolveu questionar os checadores, no que ouviu: “Você é um carpinteiro, e produz artefatos de madeira. Sendo assim, você faz. Se faz, não checa. Logo, não pode nos questionar”. E dia após dia, o poder dos checadores ia se ampliando, indefinitivamente…
Se você notou algo de errado na história acima, está correto. Só que se você acredita que tal situação não aconteceria em um mundo real, está errado. Essa situação tem ocorrido desde o Iluminismo, através de uma rotina chamada cético universal, que justamente foi inventada por humanistas e utilizada até hoje.
Substitua a expressão fazedor por crente, e a expressão checador por cético, que você terá a exata dimensão do que ocorre até hoje, e esse foi um dos principais motivadores para a criação deste blog.
Na verdade, muitos humanistas seculares ou anti-religiosos de qualquer tipo resolveram utilizar o rótulo cético, ao invés de “cético em relação ao paranormal” ou “cético em relação a Deus” (o que seria, na mais completa acepção da palavra, um ateu). Ao contrário, utilizaram a expressão “cético”.
O truque, similar ao que ocorre na aldeia hipotética, é aquilo que em neurolinguística chamados verbos não especificados. Quando se usa este truque, o advérbio é omitido, e daí por diante não é possíver expressar a maneira como uma ação é feita. Assim, a expressão “ela faz o jantar” é substituída por “ela faz”, ou “ele realizou uma ação de vendas” é substituída por “ele realizou”. Sem a especificação relacionada ao verbo, fica fácil de executar o truque do cético universal.
Se tudo isso parece absurdo, veja o exemplo de vários cristãos que caíram no truque. O livro Answers to Tough Questions Skeptics Ask About the Christian Faith, de Josh D. McDowell e Don Stewart simplesmente é uma perfeita queda na arapuca humanista secular. Os autores não dizem responder aos ateus (que seriam os céticos quanto a existência de Deus), mas sim aos “céticos”. Alex McFarland também se deixa enganar ao escrever 10 Answers for Skeptics. Esses são apenas alguns dos exemplos em que cristãos aceitam que seus oponentes não são humanistas, ateus, mas simplesmente céticos. Pior ainda é quando eles se rotulam como “crentes”, ao invés de “crentes em Deus”.
Um amigo certa vez me disse: “mas Luciano, isso é apenas uma questão de semântica”. Nem de longe. É um jogo psicológico, no qual alguém (o mais ingênuo) aceita a postura de que “acredita”, portanto tem que dar satisfação a quem questiona, enquanto seu oponente “questiona”, mas não tem que dar satisfação nenhuma.
Para entender a conseqüência deste problema, vamos imaginar uma situação corporativa, onde um sujeito alcança um cargo de Gerente de Atendimento de contas. Aos poucos, ele vai usando a politicagem para definir sua função como ombudsman do cliente, e portanto sua função é criticar a Gerencia Operacional o tempo todo. Já vi casos em que Gerentes de Atendimento somente faziam esse trabalho, mas conseguiam maquiar suas ações para fugirem de serem julgados, pois faziam o papel de “ombudsman”. Ora, se um ombudsman age em defesa imparcial do cliente, naturalmente então ele não precisa ser julgado.
O fato é que um Gerente de Atendimento tem que ser julgado pelo seu trabalho, assim como todos os outros Gerentes, pois ele precisa apresentar resultados. Por exemplo, ele deve ser julgado pelo alinhamento dele com o cliente, pelo timing de seus relatórios, pela qualidade de sua comunicação com os gerentes seniores, e daí por diante.
Caso o Gerente de Atendimento finja que ele é apenas um “checador”, é claramente uma situação que irá resultar em conseqüências adversas no futuro, pois alguém adquire o poder de não ser questionado, ao passo que os outros Gerentes, principalmente aqueles que se reportam ao Gerente de Atendimento em questão, passarão por maus lençóis, pois estarão diante de alguém que não é julgado pelos seus atos.
Não demorou para os humanistas seculares descobrirem este truque, que foi facilmente implementado pelo uso da repetição. O sujeito diz que “é cético” tantas vezes que depois de um tempo os outros começam realmente a chamá-lo de cético. No caso, esta repetição ocorre simplesmente pelo fato de que o uso do termo “cético” irá causar a ele um benefício, no caso o de não ser questionado. Enquanto ele passa a ser reconhecido como “cético” (e portanto, aquele que questiona, não que é questionado), ele passará a enfiar goela abaixo dos outros todo tipo de crença absurda.
Veja por exemplo a CSICOP, entidade da qual participam vários esquerdistas. O objetivo deles é questionar alegações paranormais ou sobrenaturais, e só. Estão entre os tópicos questionados: quiromancia, homeopatia, existência de Deus, etc. Entretanto, observe que a organização não se refere a eles como “questionadores do sobrenatural”, mas simplesmente “questionadores”. Novamente, assim como vários religiosos caíram na arapuca e aceitaram ser chamados de “crédulos”, os membros da CSICOP referem-se a si próprios como “céticos”.
Em um dos casos mais gritantes, Paul Kurtz é chamado, pelos seus aliados, de “representante do ceticismo”. Entretanto, ele escreveu o Manifesto Humanista, na qual alegações absurdas são destiladas aos borbotões. Ou seja, ele faz a fachada de cético universal para, quando os outros deixaram de prestar atenção em suas crenças, começar a alegar o máximo que conseguir.
Antes de tudo, quero já ir avisando. Não estou interessado em defender o sobrenatural, e não possuo crenças no sobrenatural. Por ser agnóstico (e ateu fraco), não tenho procuração para defender a existência de Deus. Entretanto, meu foco aqui é mostrar que o ceticismo não é “só para a existência de Deus e para o sobrenatural”, e sim para qualquer coisa. O fato de eu estar mostrando que vários religiosos tem caído em um truque humanista não significa que eu esteja defendendo a crença religiosa. Muito pelo contrário, pois o método que apresento aqui serve tanto para questionar a crença religiosa como a crença esquerdista.
Dito isso, vejamos um exemplo de como se usa o ceticismo para desmascarar alguém que use o truque do cético universal, mostrando como isso ocorreria tanto no âmbito corporativo como também sendo utilizado por um neo ateu (no caso, o neu ateu é o anti-religioso raivoso, da linhagem Richard Dawkins).
Primeiramente, imagine a Empresa X, que presta serviços de Gestão do Conhecimento para várias empresas de grande porte, ele elas a RKTEL (empresa fictícia). A conta da RKTEL está sob crise e vários líderes de atividades são considerados incapazes. O Gerente de Relacionamento, Maciel, que deveria defender a percepção do cliente começa a dizer que não há problemas na gestão das atividades. O Gerente Operacional, Getúlio, é colocado sob suspeita de incapacidade na gestão, mas estranhamente Maciel não o critica.
Eis que começa o questionamento sobre Maciel:
  • CONSULTOR: Maciel, estamos suspeitando de que há realmente incapacidade na equipe e isso não tem sido monitorado pelo Gerente Operacional.
  • MACIEL: Isso não existe. A equipe é totalmente capaz.
  • CONSULTOR: Podemos, então, considerar que a equipe é capaz? Interessante. Você estende esse julgamento para o líder de produção?
  • MACIEL: Completamente.
  • CONSULTOR: Soubemos que Getúlio definiu Hugo como o líder de produção ideal. Você endossa esse ponto de vista?
  • MACIEL: Sim, ele é excelente. Tem muita experiência.
  • CONSULTOR: Você sabe que para alguém se tornar líder aqui requer 6 anos de experiência na função e atuação em 3 diferentes contas, correto?
  • MACIEL: Concordo.
  • CONSULTOR: Ainda assim, você considera Hugo qualificado?
  • MACIEL: Ele é muito bom. Sim, o considero qualificado.
  • CONSULTOR: Por quantas contas o Hugo andou? E qual o tempo de experiência dele?
  • MACIEL: Eu não sei.
  • CONSULTOR: Mas você acabou de defini-lo como qualificado e aceitou os critérios para qualificação. Ok, vamos mudar de assunto. Pensamos que o Getúlio iria assumir a gestão do projeto de melhorias. Por que ele não fará?
  • MACIEL: Por que ele não tem tempo.
  • CONSULTOR: Como sabemos que o tempo dele está escasso?
  • MACIEL: Ele tem muita coisa para fazer.
  • CONSULTOR: Você já me disse isso antes. Quais são as atividades?
  • MACIEL: Ele fica o dia inteiro resolvendo problemas.
  • CONSULTOR: Quantos problemas ele resolveu essa semana? E o tempo médio utilizado?
  • MACIEL: Eu não sei quanto tempo, mas que ficou resolvendo problemas.
  • CONSULTOR: Perfeito. Temos aqui dois endossos: (1) Alegação de que Hugo é qualificado e atende os requisitos, (2) Alegação de que Getúlio não tem tempo de assumir o projeto. Posso levar as duas adiante?
  • MACIEL: Não, veja bem…
  • CONSULTOR: Aha…
Observem que duas alegações não comprovadas eram utilizadas por Maciel e serviam POLITICAMENTE aos seus objetivos, que era estabelecer uma aliança com Getúlio, mesmo que a conta da empresa estivesse em risco. Para neutralizar o jogo político, o consultor optou por apelar ao ceticismo.
Agora, transferindo a questão para como um humanista usaria a tentativa de ficar na posição de cético universal, vejamos como poderia ser um diálogo em que um cristão usasse o ceticismo em relação a ele.
  • NEO ATEU: O que me diferencia é o fato de que sou cético, enquanto você é crédulo. Portanto, eu tenho reflexão, e você não.
  • REFUTADOR: Mas como você demonstra essa taxa maior de reflexão? Como ela é mensurada? E como comprovamos a mensuração?
  • NEO ATEU: O fato é que refleti mais.
  • REFUTADOR: Você já me disse isso antes. Mas ainda não demonstrou esse aumento de taxa de reflexão. Vou dar um exemplo. Alguém diz que o copo A está mais cheio que o copo B. Podemos medir o volume de água e descobrir que no copo A existem 200 ml de água, enquanto que no copo B existem 150 ml de água. Se ambos possuem a mesma capacidade, a alegação está comprovada. Como você mede e comprova essa maior “reflexão”?
  • NEO ATEU: Eu tenho mais liberdade.
  • REFUTADOR: Novamente temos uma alegação. Noto que você desistiu de seu argumento de auto-venda anterior e tentou outro. Se duas pessoas estão com correntes amarradas ao pescoço, e permitimos que ambas corram até onde a corrente os deixar, podemos medir. Por exemplo, a pessoa A pode correr 20 metros, enquanto que a pessoa B somente 3 metros. Logo, a pessoa A tem no mínimo 6 vezes mais liberdade de ação que a pessoa B. Isso é um exemplo de comprovação de liberdade. Como você comprova essa sua “maior liberdade” e como você a demonstra?
  • NEO ATEU: Eu tenho liberdade por que não preciso acreditar no sobrenatural.
  • REFUTADOR: Mas alguém poderia dizer que você perdeu a liberdade por não poder acreditar no sobrenatural. Ainda ficou faltando você demonstrar sua maior “liberdade”. Já são duas alegações não comprovadas até agora.
  • NEO ATEU: Mas como você quer que eu prove minha maior liberdade?
  • REFUTADOR: O alegador é você. Achei que você tivesse preparado um Power Point, com gráficos e estatísticas, e como confirmaríamos esses números…
  • NEO ATEU: Isso é ridículo.
  • REFUTADOR: Mas pelo menos eu não aleguei algo para tentar me vender sem ter provas para justificar essa venda.
  • NEO ATEU: Mas eu sou o cético aqui.
  • REFUTADOR: Não. Você é um ateu, que é cético em relação a existência de Deus. E eu sou um não-ateu, portanto cético em relação ao discurso ateu. Não tente usar truques de verbos não especificados aqui…
No exemplo acima, ficou claro como o uso do recurso cético universal serviria para garantir que o neo ateu não fosse mais questionado. Aqui vimos um exemplo no qual ele estava perdendo o debate, ao ser questionado justamente pelo religioso, e tentou apelar para o ceticismo universal.
Quando começamos a pensar ceticamente, transformamos argumentos, ideologias, propostas políticas e tudo o mais em alegações, e a partir daí somos testadores dessas mesmas alegações. Fazemos os alegadores suarem frio durante essas extensivas sessões de questionamento? Possivelmente. Mas conseguimos reduzir muito risco, seja organizacional ou social, somente com esta ação.
Fonte: http://lucianoayan.com/2012/04/08/os-fazedores-e-os-checadores-ou-a-origem-da-rotina-cetico-universal/